Neste artigo, Adriana Coutinho refere que “a construção, tal como a arte, traz a magia e a responsabilidade de deixar um legado. Algo que fica para além de nós. É por isso que é tão celebrada a conclusão de qualquer obra. Nasceu ali algo “para sempre” e para os outros.
Mas indo ao propósito concreto deste artigo, constato que a presença feminina no setor da construção civil é uma realidade em constante evolução.
As mulheres que escolheram traçar carreiras neste campo enfrentam desafios colossais, mas também celebram os seus retornos. Realizei um conjunto de questões a mulheres que trabalham na MAP Engenharia, tanto em sede como no terreno, para aprender mais sobre os motivos que as levaram a escolher esta profissão, as experiências que vivem no setor e quais as suas perceções sobre a tão discutida igualdade de género.
Debrucei-me sobre o que as levou a escolher a profissão no setor da construção civil. As respostas foram variadas, com impacto emocional e afetivo, desde influências familiares, a professores dedicados e inspiradores ou vivências familiares em projetos de construção.
Um número razoável de mulheres explica que a opção foi, simplesmente, a paixão pelos desafios em obra, pela dinâmica do trabalho, e pelas oportunidades na progressão de carreira.
Dada a natureza exigente do trabalho na construção, algumas colegas apontam a ausência de tempo em família como um fator desafiante. A desigualdade salarial e os estereótipos de género são barreiras que precisam de ser superadas urgentemente.
A desigualdade salarial é apontada como a diferença mais marcante e que mais as incomoda. Testemunham disparidades significativas entre salários de homens e mulheres que desempenham funções iguais.
A perceção da igualdade de género na construção civil varia bastante. Algumas mencionam que existe um longo caminho a percorrer, nomeadamente nas obras. A falta de igualdade é muitas vezes atribuída a questões culturais, em que os papéis de género tradicionais ainda influenciam as perceções e práticas no local de trabalho. Por outro lado, outras sentem que estão em pé de igualdade, especialmente em funções comerciais ou em direção de obra.
Este testemunho interno revela-me uma imagem complexa do setor da construção, com desafios e oportunidades. Como profissional que procura os melhores ângulos da verdade para catapultar a imagem de uma empresa, é importante trazer o tema para cima da mesa e por isso também a associação à WIRE. A frase não é minha, mas há tempos numa conferência ouvi “o mundo (empresarial) só terá igualdade quando existirem também mulheres incompetentes na liderança”. Deixou-me a pensar, espero que a vocês também.
A boa notícia é que há caminho feito. Ainda falta bastante, mas esta crescente consciencialização sobre a importância da igualdade de oportunidades e do reconhecimento do talento contribui para traçar este caminho sem volta. As empresas que se querem reconhecidas como modernas, inovadoras, e éis praticantes do ESG, não podem dar-se ao luxo de arriscar não cumprir as suas promessas.
Enquanto persistirem desafios como a desigualdade salarial, estereótipos de género, ou descriminações, movimentos como o da WIRE serão imperativos, porque ajudam as culturas organizacionais e as normas sociais a evoluir. Há espaço para uma construção civil mais inclusiva e diversificada, onde as mulheres desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e no progresso do setor. Na MAP Engenharia temos cerca de 30% de mulheres em colaboração e 45% nos quadros de liderança. O caminho está a ser feito, e espero num próximo artigo ter números diferentes para partilhar, assegurando que continuamos a desconstruir barreiras que tornam as empresas portuguesas num lugar mais eficiente e feliz para trabalhar.
Agradeço a todas as mulheres que contribuíram para este breve artigo.”
Leia o artigo completo no Público Imobiliário
Um grande grupo empresarial, composto por várias empresas, que atua de forma integrada para responder eficazmente às necessidades do mercado imobiliário.
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